O estudo visa debater as práticas e metodologias que envolvem a formação do leitor, principalmente no que toca às escolhas das obras a serem trabalhadas em sala de aula. Entende-se que há, na área, uma predominância de obras canônicas na utilização da literatura como objeto de estudo das práticas leitoras. Sendo assim, defende-se a inclusão de obras das chamadas literaturas menores ou produzidas por minorias, como mulheres, negros, índios, entre outros, para que se possa aprofundar a criticidade leitora e a capacidade de reflexão do sujeito em formação, por conta da discussão de condições diversas do sujeito periférico na modernidade. Ainda, tais literaturas, em especial a chamada Literatura Marginal, liderada por Ferréz, podem colaborar significativamente com um trabalho que envolva a produção de uma consciência crítica acerca das desigualdades e dos mecanismos de exclusão da sociedade contemporânea. A Literatura Marginal possui um papel importante se utilizada na formação do leitor, pois ressignifica uma série de posições e noções que podem colaborar para o desenvolvimento de uma leitura crítica e reflexiva, e menos calcada em leituras e valores cristalizados na sociedade atual.