Em três abordagens distintas da obra, procura-se entender o peculiar modo de pensar de Platão. Em Carta VII de Platão: as doutrinas não escritas, critica-se as teses do professor Terence H. Irwin sobre a carta e conclui-se que Platão não apenas tinha uma teoria das formas, como também dominava a estrutura geradora de todas as formas. Em Palestra pública de Platão sobre o bem: fracasso ou sucesso?, articula-se fatos e testemunhos da tradição, tentando mostrar que as contradições envolvidas nesse episódio podem ser superadas, caso radicalize-se a noção de ensino esotérico associado à Academia. Em A participação do Uno no ser e a participação do ser no ente, toma-se por objeto o conceito de participação do diálogo Parmênides, no entanto, buscando amparo em dados do Sofista, da Carta VII e da República, logra-se não apenas entender o conceito de participação, mas também revelar estrutura criativa intencionalmente camuflada na obra. Para ser criativa, essa estrutura precisa ser tambémcumulativa, isto é, contemplar participação; logo, o seu ocultamento indica que esclarecer o conceito de participação não constituiu propósito de Platão no diálogo.