A presente pesquisa psicanalítica tem como escopo a análise comparativa entre as obras de D. W. Winnicott e André Green no que diz respeito às propostas teórico-clínicas apresentadas pelos autores para o tratamento do paciente-limite, aquele que costuma apresentar uma dinâmica refratária ao tratamento psicanalítico clássico tal como foi proposto por Sigmund Freud. Para isto, buscamos traçar um paralelo entre as sessões do tratamento psicanalítico conduzido por cada um dos autores, tendo como referência o instigante caso de uma paciente-limite comum aos dois autores. Partindo, portanto, das intervenções clínicas que cada um deles relatam sobre o caso, buscamos estabelecer quais os principais aspectos teóricos que as fundamentaram, no intuito de apurar quais as inovações que os autores trazem para esta espécie de paciente, para a qual ambos se dedicaram a criar dispositivos clínicos compatíveis com o que eles entendem ser esta psicopatologia. Neste sentido, procuramos estabelecer quais são seus principais pontos de convergência e de divergência.