Esse estudo baseia-se nas ideias de Azevedo (2001), de que a escola e, principalmente, a sala de aula são espaços onde se concretizam as definições sobre a política pública, bem como de Tassinari (2001) ao defender que a escola indígena situa-se em espaço de fronteira, portanto, não sendo totalmente indígena tão pouco totalmente não-indígena. Baseando-se na Teoria do Cotidiano de Certeau (2009) necessitamos conviver com o cotidiano da Escola Estadual Indígena Fulni-ô Marechal Rondon, situada na Aldeia Grande do Povo Fuilni-ô e campo da pesquisa. São múltiplas fronteiras e estas são frequentemente lembradas, na medida em que famílias; povos indígenas em Pernambuco; Estado ¿ SE-PE (Unidade de Educação Escolar Indígena) e GRE¿s; COPIPE; CEEIN-PE delimitam o âmbito de atuação do estado. Percebemos, ainda, que a Escola indígena se constrói não apesar dessas fronteiras, mas provavelmente por meio delas. O espaço de fronteira é multifacetado e os conflitos são enfrentados quase que diariamente para favorecer a materialização da determinação legal que regulamenta a Educação Escolar Indígena específica, diferenciada e intercultural.