Para o ser humano, a morte deixa de ser um processo natural para se tornar um facto cultural que está na base de vários comportamentos sociais, geralmente materializados em ritos funerários. Mas os elementos psíquicos também estão envolvidos neste processo de morte humana. O primeiro capítulo deste livro contém elementos teóricos da antropologia e da sociologia para explicar os conceitos de ritual, símbolo e representação. O segundo capítulo traça a construção do conceito de repúdio na obra de Sigmund Freud, até chegar ao conceito de repúdio da morte. O terceiro capítulo aborda o tema da morte numa perspetiva antropológica, explicitando as diferentes concepções e representações em torno do tratamento do cadáver, entendido como o elemento principal dos ritos funerários. Por fim, o quarto capítulo reúne todos estes elementos para explicar como os ritos funerários se tornam a instância cultural em que a negação da morte tem lugar.