O significante representa o sujeito para outro significante. Com essa célebre e hermética frase lacaniana, a psicanálise ganhou novas dimensões, abarcou novos conceitos antes alheios a ela, angariou novas fontes de críticas, se arejou e se envigorou. Espalhou-se de carona na curiosidade gerada por este polêmico resgate dos mais negligenciados planos de Freud, caminhando mais uma vez sobre a mesma terra na qual germinou. Reclamou a senda pela qual fundamenta sua razão de ser: se é da palavra que faz questão a psicanálise, esta é a única coisa na qual pode se embasar, e aquilo que a palavra tem por mostrar está mais próximo da fala do que do indivíduo que buscou um tratamento, e toda essa trama só pode se desatar em uma nova produção frutífera de mais palavras. Tudo o que um analista pode oferecer a seu analisante está encapsulado na articulação da sentença que dá título a este livro, resultado da dissertação de mestrado de seu autor, e que versa sobre um certo retorno que só precisa ser feito por continuar eternamente sendo tão tentador.