Este trabalho, resultado de uma pesquisa de mestrado concluída em 2004, tem como questão compreender por que é cada vez mais frequente surgirem sujeitos, na clínica psicanalítica, que se queixam de uma adolescência demasiadamente prolongada e por que, no âmbito social, fala-se cada vez mais em adultos adolescentes . Tendo isso em vista, procurou investigar as relações entre o sujeito e a adolescência. O objeto dessa pesquisa, no entanto, mostrou-se cindido desde o início: por um lado, podendo ser abordado por um enfoque sociológico, dada a evidência da constituição histórica da adolescência; por outro, a partir dos aspectos psíquicos aí implicados. Para articulá-los, recorre, respectivamente, à teoria crítica e à noção de sujeito da psicanálise de orientação lacaniana. Ao longo do texto, mantém-se também um debate entre estas teorias, procurando apontar os alcances e limites de cada uma ao tratar da adolescência. Para definir uma posição quanto aos seus pontos de divergência, fundamenta-se na experiência clínica do inconsciente.