O modelo de desenvolvimento pautado pelo turismo de massa adotado a partir da década de 1980 no litoral do Nordeste e, especificamente, no litoral cearense provocou inúmeros conflitos com as populações locais. Essas clivagens foram a gênese de movimentos de resistência e da mobilização comunitária nestas áreas. É neste contexto que emergiu o turismo comunitário. Tratado por alguns como o verdadeiro turismo sustentável ao trazer a valorização da identidade cultural e a geração de benefícios diretos à comunidade ao centro do planejamento, o que possibilita dotar de maior poder decisório a própria população local. Mas isso se dá na prática? A análise do turismo de base e sua gestão participativa posto como uma estratégia para se alcançar o desenvolvimento sustentável se tornou necessária e é o objetivo principal aqui. Há também uma revisão do arcabouço teórico que constrói o próprio conceito de sustentabilidade, além do delineamento e correlação entre o desenvolvimento do turismo litorâneo no Ceará e a emergência do turismo comunitário. Fechando, foi escolhida uma comunidade entre 15 que desenvolvem o turismo de base no Ceará para a análise por seu pioneirismo: a RESEX do Batoque.