Este trabalho é uma tentativa de discorrer, de forma acessível, sobre o universo da tatuagem, que constitui um problema antropológico a ser discutido sobre diversos enfoques, onde toda a abordagem sobre o corpo, sobre a nudez, sobre a carne, encaixa-se na temática da tatuagem, já que ao falar sobre tatuagem (a ilustração), antes é necessário falar sobre a matéria (o corpo) onde a tatuagem está fixada. O corpo humano é cercado de tabus. O naturalismo indígena foi convertido pelo pensamento teocêntrico instaurado no início da colonização. A familiarização com a alteridade faz cessar a estranheza e nesses tempos de globalização é importante lançar um olhar para o passado dos antigos povos indígenas, que à sua maneira praticavam a tatuagem como símbolo de expressão artística e corporal. No universo da tatuagem, a dupla guinada do homem branco foi a de ter reinventado a prática da tatuagem (ao ter adaptado a antiga técnica de tatuar indígena através da inserção de novos instrumentos de trabalho para a confecção das tatuagens), que por sua vez, propiciou o surgimento de uma nova técnica de tatuar dentro das sociedades contemporâneas.