A presente ediçào crítica das Obras Burlescas do abade Tomé Tavares Carneiro, natural da cidade do Porto, pretende trazer a público um texto e um autor praticamente inéditos e desconhecidos.
Partindo do pressuposto de que Tomé Tavares Carneiro viveu entre 1570 (data provável) e 1634, diríamos que estamos perante um poeta de transiçào, do Maneirismo (1550-1620) para o Barroco (1620-1750). No entanto, as suas poesias revelando embora motivos dessas duas estéticas, evidenciam sobretudo um lastro da literatura satírica do final da Idade Média. Esta orientaçào satírica, cujo alvo tanto pode ser individual como colectivo, assume por vezes contornos de erotismo que podem resvalar para uma obscenidade mais arcaica do que moderna, fazendo lembrar com frequência textos do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
Assumindo, desta forma, a sátira como um sopro regenerador, o abade de Barcelos denuncia a realidade que se esconde atrás das aparências.
Tomé Tavares é, entào,a encarnaçào de uma sensibilidade riquíssima sem perder ou desfigurar os traços característicos do Barroco.
Partindo do pressuposto de que Tomé Tavares Carneiro viveu entre 1570 (data provável) e 1634, diríamos que estamos perante um poeta de transiçào, do Maneirismo (1550-1620) para o Barroco (1620-1750). No entanto, as suas poesias revelando embora motivos dessas duas estéticas, evidenciam sobretudo um lastro da literatura satírica do final da Idade Média. Esta orientaçào satírica, cujo alvo tanto pode ser individual como colectivo, assume por vezes contornos de erotismo que podem resvalar para uma obscenidade mais arcaica do que moderna, fazendo lembrar com frequência textos do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
Assumindo, desta forma, a sátira como um sopro regenerador, o abade de Barcelos denuncia a realidade que se esconde atrás das aparências.
Tomé Tavares é, entào,a encarnaçào de uma sensibilidade riquíssima sem perder ou desfigurar os traços característicos do Barroco.