Este livro trata da face, assunto ausente das ciências sociais. O leitor encontrará pistas sobre como acompanhar o neuro-turn que está a influenciar as ciências, na época da imagiologia, da neuro-biologia, da nanotecnologia, das redes sociais. A consciência manifesta-se, primeiro, na face. Esta, além uma forma de expressão e instrumento de percepção, é parte importante e sensível do corpo. É capaz de tratar com indiferença ou de forma imaginativa, inventando inclusivamente, os estímulos internos ou externos. A face é front office do cérebro e praia onde se apinham emoções. A face é um relógio biológico, onde a vida esculpe as suas rugas e sinaliza virtudes e torturas. A face espelha a confiança e o amor que liga vários corpos num só. A face contorce-se quando estamos a ser rancorosos e vingativos. A face oferece uma excelente oportunidade de aplicação da crítica às teorias sociais. Crítica insatisfeita com o modo discriminatório como as teorias sociais tratam os excluídos e a forma cúmplice com que nos ajuda a escondermo-nos das vergonhas. Denúncia pragmática do modo com a sociologia se isola erradamente da biologia e da ideologia, do corpo e da necessidade de orientação humanos.