A resolução de crimes culmina muitas vezes com a identificação de um ofensor por parte da vítima. No entanto, tem sido verificado que as testemunhas oculares e auriculares são altamente falíveis, o que se tem revelado um tema de preocupação e de discussão entre investigadores forenses e entidades policiais. Uma vez que as investigações têm incidido maioritariamente nos sentidos da visão e da audição, propusemos uma nova linha de investigação que pretende estudar a possibilidade de o olfato também poder ser considerado na resolução de crimes. Em determinadas condições, as observações feitas pelas vítimas acerca do odor do ofensor podem desempenhar um papel determinante na fase investigativa do processo. A presente pesquisa propõe como linha de investigação o "testemunho olfativo", pretendendo perceber 1) a capacidade dos humanos na identificação de odores corporais de estranhos em alinhamento (um paradigma semelhante aos testemunhos ocular e auricular), 2) a memória olfativa em contexto emocional e em contexto neutro, 3) os efeitos de algumas variáveis (de sistema e estimadoras) na identificação do odor-alvo em alinhamento.