No Camboja, como em muitos outros países pós-conflito, a sociedade civil é fraca e pouco desenvolvida. Após trinta anos de violentos tumultos civis, o país continua a ter cicatrizes políticas e sociais. As relações entre o governo e as comunidades locais são ténues, e a capacidade de participação cívica no desenvolvimento e implementação de programas sociais baseados na comunidade é severamente limitada. Consequentemente, várias organizações não governamentais (ONG) estão a esforçar-se por fortalecer a sociedade civil cambojana e por aumentar a capacidade das comunidades locais para se envolverem efectivamente com as instituições governamentais. Este livro apresenta os resultados de um estudo de caso etnográfico de dois programas educacionais patrocinados por ONG que se esforçam por reforçar a capacidade cívica local e por fomentar relações democráticas produtivas entre a liderança comunitária e os funcionários do governo local. O estudo destaca o potencial de fortalecimento da sociedade civil de base cambojana em circunstâncias caracterizadas por tradições sócio-culturais profundamente enraizadas, por correntes de resistência à modernização do pós-guerra e por uma permanente desconfiança em relação às autoridades governamentais.
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