As análises orientalistas na música explodiram o campo da musicologia nas décadas de 1980 e 90. Contudo, continua a faltar o exame do orientalismo nos géneros sagrados. Neste estudo, Elissa Keck investiga aspectos do orientalismo dentro do género oratório inglês, especificamente a Festa de Belshazzar de William Walton (1931). Keck argumenta que esta oratória reflecte ideologias orientalistas através da oposição binária que perpetua os estereótipos predominantemente negativos do Médio Oriente. Ao examinar o contexto social, político e musical da Festa de Belsazar na Inglaterra entre as duas guerras, Keck recorre a composições ocidentais do século XVIII a XX que se apropriam do Oriente de formas semelhantes. O exame atento deste oratório reflecte a adesão de Walton aos significantes tonais, harmónicos e orquestrais padrão do orientalismo, tal como estabelecido pelos compositores orientalistas que o precederam. Keck argumenta que a exposição de Walton ao orientalismo desde tenra idade, e os sentimentos nacionalistas crescentes na Inglaterra entre as guerras, moldaram a sua concepção do Oriente como um lugar de violência e barbaridade enquanto promove o Ocidente, retratado pelos israelitas na Festa de Belshazzar, como racional e civilizado.