Este livro, resultado de trabalho de mestrado em psicologia social, trata do processo histórico do contato da sociedade nacional com o povo Karajá, da Ilha do Bananal-TO. Tem como objetivo desvelar o mundo Karajá, marcado por este contato, colhido pelos nomes e imagens do Psicodiagnóstico de Rorschach, como também, na escuta etnográfica, nas falas, depoimentos e histórias de vida. Nas imagens, estão plasmadas a dor ancestral e o clamor de um povo que viu suas terras invadidas, suas mulheres violadas, os frutos sendo roubados, os rios contaminados, os vícios e as doenças do branco alastrando nas aldeias. Mas também desvela um povo que ainda preserva sua identidade cultural e alguns de seus valores mais profundos, como a percepção holística do mundo. Seus mitos e ritos, sua língua, suas pinturas e festas são sinais de resistência e de sobrevivência cultural dos filhos e filhas do Berohokÿ. O livro apresenta o Rorschach como instrumento mobilizador da psique e da alma do sujeito. O método utilizado, alicerçado nos pilares da fenomenologia, do existencialismo e do Psicodiagnóstico de Rorschach humanizado, nos permitirá tocar a singular subjetividade desse povo e sua herança milenar.