Este trabalho tem por objetivo investigar alguns pressupostos ideológicos considerados essenciais para a compreensão das reformas do Estado português, empreendidas durante o período de 1750 a 1777, por Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), Conde de Oeiras e Marquês de Pombal que, à época, era o primeiro ministro de D. José I, rei de Portugal. Intimamente associados à consolidação do Regalismo, tais pressupostos encontram-se arraigados tanto no diagnóstico pombalino acerca da realidade vivida por Portugal quanto em seu projeto de construção de uma nova identidade portuguesa. No primeiro caso, convergem fundamentalmente para a ideia de "atraso" ou "descompasso" português frente ao nível econômico, cultural e intelectual em que se encontravam as principais nações europeias da época - sobretudo a Inglaterra. Obviamente, tal ideia serviu de justificativa básica para o conjunto de mudanças por ele pleiteadas e efetivamente levadas a cabo. No segundo caso, os pressupostos ideológicos constituem basicamente os ideais lusitanos de homem e de sociedade almejados por Pombal.