Neste trabalho foi analisada a construção dos projetos de aliança de classes no jornal A Classe Operária entre 1928 e 1935, período da segunda fase do órgão de imprensa do Partido Comunista do Brasil. De início influenciada pelas ideias de Octávio Brandão expostas em seu livro Agrarismo e industrialismo, e também com um antecedente de discussões sobre as especificidades de cada país na própria Internacional Comunista, a ideia de aliança de classes preconizou em primeiro lugar uma ideia de união entre proletariado e "pequena-burguesia", com o campesinato ocupando um papel secundário no projeto. Porém, conflitos internos ao partido e alterações nas diretrizes da liderança comunista internacional no fim da década de 20 modificariam o projeto de alianças exposto no jornal brasileiro. Tal projeto também teria que lidar com questões candentes como a da mulher, dos negros, dos indígenas e do cangaço. O projeto também chegou a reverberar momentos decisivos da década de 30 no Brasil, como a formação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) e os levantes de novembro de 1935 em Natal, Recife e Rio de Janeiro, tensionando temas como a democracia e a formação de uma Frente Única.