Este livro retrata as condições e modos de vida do povo Rikbaktsa, habitantes do rio Juruena, na Amazônia brasileira. É testemunho histórico e antropológico das condições e dinâmicas desse povo entre 1940 e 1990, das lutas por seu território, identidade e autonomia. Com o vigor de suas formas próprias de sociedade, os Rikbaktsa vêm expressando, até hoje, uma relação de contradição e criatividade entre sua tradição e as novas condições que a vida lhes apresenta. O livro relata o confronto com os brancos , a atuação jesuítica, a resistência Rikbaktsa, as lutas pela terra e autonomia: dinâmicas do campo de intermediação entre esse povo e o Estado nacional. Traça o panorama interior da sociedade Rikbaktsa, ensaia uma reflexão sobre a relação entre sua visão de mundo, expressa no discurso mítico, a vida social e a elaboração de sua autoimagem como um sujeito coletivo. Suas tradições, por sua vez, se reinterpretam no campo político da identidade étnica, entremeadas nos processos de reordenação social. O autor viveu cerca de 3 anos entre os Rikbaktsa, com os quais mantém relações de amizade e parceria até os dias atuais.