Os Timbiras, um poema de sofrimento, do amor que não sobrevive sem a guerra, do homem americano para sempre perdido, uma reflexão daquilo que o Brasil realmente é: um filho de Portugal. Do outro lado, a Eneida, poema que celebra a paz por meio da guerra, porque só ela é capaz de assegurar o controlo sobre a turba insatisfeita; é o poema de Tróia ressuscitada no Lácio, embora o herói fundador não tenha chegado a ver cumprir a profecia dos deuses, e por isso tenha preferido perecer junto com os outros Troianos, nas muralhas da cidade. As semelhanças entre os poemas são muitas: Eneias é um homem sem pátria à procura de asilo no Lácio; Itajuba e os Timbiras irão numa busca debalde por asilo na terra dos seus ancestrais, no vale imponente e hostil do Amazonas (esse rio, o exemplo excelso da nacionalidade brasileira, mestiço no nome, conservou no seu curso o indígena "Solimões", substituindo "Pará" pelo termo europeu, surgido de uma lenda sobretudo europeia). A América infeliz e arruinada é a imagem de Tróia arrasada; Roma surge das cinzas de Tróia e o Brasil das cinzas do homem Americano.
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