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Este livro não é apenas a densa antologia poética de um dos escritores contemporâneos mais instigantes e inclassificáveis (como se isso fosse pouco¿.). É ainda e também a potente ontologia política elaborada por um dos nossos pensadores mais originais e insubmissos. ¿Poderíamos responder / ao hibridismo / democracia-fascismo / com a invenção de uma política / da imanência / inspirada naquilo / que os rios e as árvores / têm a nos dizer?¿ é a questão que coloca insistentemente e a cada poema, e que tenta responder persistentemente e a cada verso com a postulação de alianças de extração…mehr

Produktbeschreibung
Este livro não é apenas a densa antologia poética de um dos escritores contemporâneos mais instigantes e inclassificáveis (como se isso fosse pouco¿.). É ainda e também a potente ontologia política elaborada por um dos nossos pensadores mais originais e insubmissos. ¿Poderíamos responder / ao hibridismo / democracia-fascismo / com a invenção de uma política / da imanência / inspirada naquilo / que os rios e as árvores / têm a nos dizer?¿ é a questão que coloca insistentemente e a cada poema, e que tenta responder persistentemente e a cada verso com a postulação de alianças de extração afro-indígena, ¿sufinambá¿, que, partindo das ¿aldeias indígenas¿, ¿respondem de e no modo efetivo / da alteridade radical¿, ¿e em suas caosmoses / se conectam com a vida dos poetas / dos loucos / das crianças / dos pobres que não desejam a riqueza / enfim / com os campos de irradiação / da diferença / dos que vivem mais próximos do / Devir-Xingu do que do Devir-Brasília / ou do Devir-Cubatão¿. É como se toda a poesia (i.e., toda sua política) de Marcelo Ariel fosse a tentativa de criar uma linha de fuga a esse Devir-Cubatão que o assola, que nos assola como o ¿ANJO DA HISTÓRIA * NOSSO INIMIGO¿, e permitir a ¿a invasão das fagulhas de novas sinapses, / novas configurações da mente / nas crianças, nos loucos, nos índios e nos chamados poetas, / seus símiles novas sinapses invadindo / como estes desabrigados invadem os prédios, / mas as sinapses não dependem, nem esperam apenas invadem / como os sem-terra, os sem-teto / o espaço delimitado¿. Daí a importância do surto (¿surto cósmico¿, ¿estados surtológicos¿, ¿é preciso trincar o nome das coisas com o surto¿), que instaura um estado, nomadológico em relação a(o) si, e dialógico com o outro (¿Os movimentos de nomadismo dialógico que chamamos de conversas, diálogos são para o ser o mesmo que O SONHO ou O SURTO¿) e em que se trata de ser invadido, de tornar-se uma invasão, um espaço de resistência (¿O DEVIR NEGRO INAUGURA O QUILOMBO INTERIOR DE CADA SER¿). Mas a ontologia política aqui não é enunciada. É performada. Ela se faz ¿ a cada poema, a cada poiesis, porque em jogo está uma transformação do que nós somos e também da linguagem que somos e que é: ¿Somos como letras / num poema, / da ausência inconcebível do antes / à falsa nulidade do depois / Também somos o sopro / que se move / entre os dois¿, como lemos em ¿Ontologia e signo¿. Não se trata então somente de contaminar a poesia pela política, mas também, dada a aliança que se propõe, de devir-poética a política: ¿Cancela a usina / com o cantar / porque a voz está / no rio abraçando o mar¿. Ao fim e ao cabo, Ariel nos exorta a fazer ¿uma caminhada por dentro de lugares que aparentemente nos sonham pelo lado de forä, na forma de sucessivos surtos, isto é, poemas, isto é, diálogos com a alteridade radical que nós somos, que nós podemos ser, se tomarmos a ¿DECISÃO SURTOLÓGICA DE NASCER¿, se produzirmos em nós esse ¿incêndio ao contrário¿. Afinal, ¿É impossível encontrar quem não saiu de si¿.
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Autorenporträt
Marcelo Ariel é um dos grandes poetas brasileiros em atividade, isso não se discute. Ou o silêncio contínuo, é uma reunião de sua poesia e mostra potência em várias formas, no embate político, na deriva filosófica e no recurso jazzístico ao improviso. Ariel transita entre ruelas e vastos espaços, o silêncio solitário e o berro da guerrilha, enquanto ele próprio faz da autometamorfose poética uma ética. Poesia assim não é pra todo mundo. Mas se dirige a todo o mundo.