O mais filosófico e estranho dos livros de Kama Sywor Kamanda, nos quais encontramos os seus temas principais: vida, morte, amor, liberdade, a luta pelos ideais de justiça e verdade. Aqui começa um mundo invulgar na sua maravilha mística, feito de reflexões e anedotas em que as normas sociais se fundem com as aparências e obscuras obsessões. Kamanda demonstra, à sua maneira, os perigos de uma visão do mundo dominada por interesses partidários à custa da equidade. Ele evoca a evolução que levou alguns povos africanos, em particular, a uma sociedade inteiramente dependente do imperialismo, que nega excessivamente a autodeterminação dos indivíduos. Kamanda levanta os problemas do poder que desumaniza e desresponsabiliza as pessoas. Para ele, o amor, verdadeira fonte de coesão entre os seres, preocupado em regular as suas práticas comuns num desejo de felicidade partilhada, deve servir de fundamento a qualquer sociedade justa e equitativa. O amor torna-se o centro de uma reflexão sobre o poder em todos os seus efeitos.