São diversos os problemas relativos aos fundamentos filosóficos da ciência, um em particular é o da racionalidade científica. Duas questões são aqui tratadas: a primeira diz respeito a como entender em termos racionais episódios em que cientistas admitem e trabalham com teorias sabidamente inconsistentes, principalmente tendo em vista que abordagens tradicionais da racionalidade pressupõe que a consistência é uma condição necessária à racionalidade. Embora esse requisito pareça ser adequado nos contextos em que se supõe que a lógica subjacente seja a lógica clássica, ela falha em prover uma adequada imagem dos produtos da ciência. A segunda segunda questão diz respeito a aparente falta de cumulatividade no desenvolvimento da ciência, isto é, como entender em termos racionais a presença de mudanças teóricas radicais, como é o caso da passagem da mecãnica clássica para a relativísta. Essas questões são tratadas aqui do ponto de vista da lógica paraconsistente e da teoria pragmática da quase-verdade.