O Canal da Piracema é a maior passagem de peixes do mundo e a única do gênero na América do Sul. Foi construído com o objetivo de favorecer o fluxo gênico da ictiofauna do Rio Paraná e promover atividades ao ar livre, como a canoagem e o rafting, permitidos em alguns trechos do Canal. A subida dos peixes migratórios foi avaliada utilizando a tecnologia de identificação por radiofreqüência (RFID) e transponders integrados passivos (PIT). Foram obtidas diferenças significativas no tempo de subida para indivíduos de duas espécies migradoras, permitindo apurar o principal estrangulamento do sistema. Foi também avaliado o efeito da canoagem nos movimentos dos peixes e os factores que podem restringir a subida das espécies migradoras, com base em amostragens de peixes realizadas em dias com e sem canoagem. Foram propostos modelos para todos os cenários de influência possíveis e ajustados para identificar o melhor ajuste. Estes estudos podem servir de referência para orientar a implementação ou avaliação de sistemas semelhantes destinados a permitir a passagem de peixes e a prática de desportos náuticos.