O que é o perigo alemão? Ele realmente existiu? Ou apenas perscrutava o imaginário da sociedade? Os franceses, diante da derrota na Guerra Franco-Prussiana, seguidos pelos americanos inspirados nos ideários da Doutrina Monroe, foram os principais divulgadores da tese do perigo alemão que consistia na probabilidade de as colônias do Sul do Brasil representarem o ponto de entrada para expansão imperialista alemã na América. Tão logo tais justificativas e argumentos ideológicos eclodiram em território nacional, acabaram influenciando as elites brasileiras e permitindo que se difundisse aqui a iminência do perigo estrangeiro, que acabou por afetar, diretamente, as colônias alemãs. Este trabalho tem como fulcro nevrálgico discutir o perigo alemão na cidade de São Paulo, no balizamento temporal entre 1889 a 1918. Busca enfatizar as perseguições e as vigilâncias empreendidas contra os alemães e teuto-brasileiros, através da análise dos periódicos Germania, O Estado de São Paulo e a Gazeta, assim como dos prontuários policiais, estabelecendo um paralelo entre as publicações feitas pelos jornais, condizentes com o perigo alemão , e o reflexo das mesmas, na sociedade paulistana.