A teoria do capital humano mostra que elevados níveis de pobreza e o ambiente sócio-econômico em que os indivíduos estão inseridos afetam as escolhas ótimas de escolarização. Este trabalho discute esta hipótese no Brasil, a partir da verificação dos efeitos marginais em que a pobreza e à qualidade da oferta escolar trazem aos resultados educacionais em seus municípios. Mostramos evidências de que melhoras na qualidade da escola trariam resultados positivos sobre a educação média e sobre os retornos à educação no mercado de trabalho e, estes retornos teriam a peculiaridade de ser maiores para os indivíduos nascidos em regiões e grupos etários com background familiar mais pobre. Por fim, verifica-se que a qualidade da escola tem sido um substituto técnico do background familiar como fatores de produção de capital humano. Assim, maior e mais eficiente alocação de recursos investidos em educação poderia ser usado para reduzir as diferenças nos resultados educacionais induzidas pela desigualdade de educação dos pais.