Essa dissertação focaliza as inovações ocorridas em torno das ideias sobre a loucura, a constituição das agendas públicas, assim como a tradução dessas agendas em mudanças institucionais. Para tanto, fez-se necessário privilegiar as perspectivas teóricas que elucidam sobre o papel das ideias na formação das agendas governamentais e resgatar a trajetória traçada pelos discursos e práticas referentes ao ¿loucö ¿ considerado doente mental por M. Foucault e cidadão portador de direitos por F. Basaglia. A partir da experiência do município de Belo Horizonte no campo da saúde mental, o presente estudo analisa a política municipal de Saúde Mental buscando identificar a sua constituição, sua trajetória, seus avanços e, por último, os seus desafios. Analiticamente, busca-se elucidar como a Reforma Psiquiátrica e suas premissas foram incorporadas na estrutura e nas dinâmicas da política e como tal reforma vem sendo implementada no município, tendo como eixo a diretriz da desinstitucionalização.