O autor apresenta a emergência de novas técnicas de controle e punição, exercidas por meio de monitoramentos telemáticos, efetuados sobre os designados criminosos. Problematiza-se a equação liberdade-segurança atravessada pela efetivação de direitos. O livro situa-se diante da consolidação do que Michel Foucault chamou de governamentalidade neoliberal, investigando as recentes estratégias de condução das condutas que estendem o controle penal para fora dos espaços de encerramento de corpos. Hoje, o rastreamento de presos faz diluírem os limites do cárcere convencional, por meio de seu acoplamento a modulações eletrônicas, que formatam prisões sem muros. Ricardo Campello perscruta as procedências dos dispositivos de monitoramento remoto, bem como os deslocamentos que os fazem atender à atual economia da pena. Analisa os discursos ecléticos e as diversas forças políticas que suscitaram a emergência das tecnologias de rastreamento de presos, permitindo sua implantação no Brasil. Interessa o questionamento da continuidade do castigo sobre corpos como sustentação da política que se exercita e se prolonga hoje por meio de novos controles punitivos.