As duas maiores crises do sistema capitalista financeiro foram antecedidas por uma experiência de forte endividamento e crescimento dos mercados. Foram difíceis de serem previstas e representaram, com isso, uma drástica mudança no estado de confiança. No primeiro caso, a Grande Depressão, os governos demoraram em agir e a taxa de desemprego permaneceu elevada por mais de uma década. A Revolução Keynesiana, iniciada nos anos 1930, identificou a necessidade de coordenação de políticas econômicas, em especial a redução dos juros e a geração de déficits públicos anticíclicos. Como destacado ao longo do texto, esse receituário foi seguido durante o agravamento da crise imobiliária em 2008. Muito provavelmente, a economia mundial não viveu um período depressivo em virtude da ação coordenada e focada na necessidade de se estabilizar a economia em períodos de forte instabilidade financeira. Comparar esses dois períodos, com base no receituário teórico keynesiano, assim como, propor um modelo matemático para entender a condução das políticas econômicas são os grandes propósitos desse livro.