Nosso estudo está interessado em compreender a influência das orientações dos Organismos Multilaterais (OM) na formulação das políticas educacionais e seu impacto na gestão escolar em Moçambique. A partir da estruturação de uma agenda global para a educação (DALE, 2004), os OM têm se empenhado em articular recomendações amplas que sirvam para as mais diferentes realidades. A exemplo de outros países periféricos, Moçambique tem lançado a educação como peça fundamental para o desenvolvimento econômico do país. Nos últimos anos, temos como referência desse lançamento o processo de transformação de Escolas Primárias Completas (EPC) em Escolas do Ensino Secundário do 1º ciclo (ESG1). EPCs são escolas cujos professores devem ter qualificações de 10ª classe (série) + 1 ano de magistério para lecionar da 1ª à 7ª classe, enquanto as Escolas Secundárias do 1º ciclo (ESG1), da 8ª à 10ª classe, têm como requisitos: professores com nível de 12ª classe + 1 ano de magistério ou formação superior em áreas de ensino; existência de bibliotecas e áreas de práticas para a Educação Física (MEC, 2013).