Não é segredo que as sociedades actuais ocidentais, africanas, asiáticas e outras são profundamente individualistas, promovendo a realização pessoal como um ideal generalizado. Este ideal de um indivíduo auto-realizado não está isento de tensões com o outro ideal caraterístico das sociedades modernas, aquele que é identificado sob o termo educação sexual, ou seja, a aplicação de valores morais e éticos sem depender da satisfação nas relações privadas sob a égide da afetividade partilhada. Esta tensão exprime-se na existência de um paradoxo contemporâneo, que identifiquei sob o termo ¿solidão conjugal¿, e que conduz a uma questão central: ¿Como assegurar a erradicação da solidão conjugal no seio do casal e afirmar o desaparecimento completo do isolacionismo sexual, favorecendo ao mesmo tempo um diálogo que se apoia mais na ferramenta pornográfica para suscitar a opinião ou o desejo sexual em si próprio e no seu parceiro? O objetivo deste livro é questionar a forma como o problema da solidão conjugal é abordado, a fim de propor uma resposta.