As crianças iniciam a sua vida como indivíduos extraordinariamente abandonados, encontrando respostas protectoras eficientes nos seus cuidadores. Nas relações de protecção, os cuidadores ajudam-nos a desenvolver as suas aptidões, apoiando o seu desenvolvimento com paciência, adaptando-se gradualmente às solicitações das crianças e dando-lhes as competências essenciais para uma boa capacidade reguladora. A privação maternal e a privação ambiental têm sido relacionadas com um conjunto de manifestações físicas e intelectuais que podem afectar a criança e, mais tarde, o adulto por toda a sua vida. Caso claro de privação é a institucionalização das crianças desde o seu nascimento (ou desde idades muito precoces), e, se até à data tem havido trabalhos de investigação sobre os efeitos da institucionalização nas relações sociais e no desenvolvimento cognitivo e da linguagem, há poucos estudos sobre como afecta o processamento da informação sensorial. Assim, com o presente estudo pretendemos averiguar se o desenvolvimento do processamento sensorial das crianças que se encontram em instituições de acolhimento se desenrola de um modo adequado e harmonioso.