Motivada pelas metamorfoses do mundo do trabalho e de sua crise e pela participação das mulheres nesse contexto, a reflexão ora aqui aportada teve por objetivo discutir a seguinte questão: qual o papel das mulheres no processo de criação de alternativas à crise atual do trabalho e como, ao mesmo tempo, tais iniciativas se constituem em espaços para a geração de vínculos sociais e econômicos? A partir do estudo do trabalho produtivo e reprodutivo, organizado e mantido por mulheres que vinham de uma trajetória de pobreza e/ou exclusão social, analisamos a geração de laços sociais contemporâneos em um contexto de economia solidária. As mulheres-trabalhadoras colocadas no centro desta tese são aquelas cuja rotina está estruturada em variadas ações: sobrevivência familiar versus reconhecimento e autoestima; socialização dos filhos versus inserção ocupacional; dupla jornada de trabalho versus cuidados pessoais. De um modo geral, há uma dinâmica entre a casa e a rua onde é cada vez maior o número de mulheres que estão buscando reescrever suas trajetórias de socialização de forma a não sucumbir à exclusão e à invisibilidade social.