Adentramos ao campo com a certeza que o hospital atravessa momentos ruins, que os médicos não querem realizar o atendimento, que as mulheres não têm tratamento adequado, que o hospital não tem recursos necessários para prestar atendimento, vamos autoritários, dogmáticos em nossas verdades, com víboras debaixo das línguas, vamos com a certeza que a população também partilhará das nossas angústias e se incluirão na nossa luta. Mas, por vezes e com certa frequência nem todas as previsões acontecem. Embora, tenhamos investigado nosso campo e descoberto que alguns dos argumentos elencados para o uso da objeção de consciência encontram-se amparados no conflito entre norma e moralidade dos profissionais da saúde, o fato é que em consequência disso mulheres, vítimas de violência sexual, ainda têm seu atendimento precário e demorado em razão da falta de profissionais, falta de estrutura, da peregrinação institucional e da investigação para verificar o nexo de causalidade entre o ato lesivo e a concessão de direitos. O objetivo do livro é fornecer reflexões que possibilitem problematizar os limites das instituição sociais aos lidar com as demandas e necessidades sociais. Boa leitura.