Pensar nos enfermeiros como pessoas doentes, a necessitar de cuidados de outrem revela-se um processo desafiante. Apesar de serem pessoas como quaisquer outras, estão habituadas a desempenhar funções de cuidador ao invés de serem cuidados. A vivência de uma experiência de doença própria pelos enfermeiros, possibilita-lhes a percepção sobre o que sente e vive o doente, assumindo o papel daquele que espelha o foco de atenção do desempenho das funções do enfermeiro e a razão de ser da profissão de enfermagem. Neste papel revelam-se como os relatores fidedignos da interiorização do que significa ser doente e da constatação do nível de cuidados de saúde prestados. Sendo conhecedores, na primeira pessoa, das angústias, medos, aspectos valorizados e do impacto da experiência vivida de doença, no seu ser pessoa e profissional, conseguem identificar aspectos cruciais na relação enfermeiro-doente.