A aposta na obtenção do diploma do ensino superior tem constituído um recurso para a concretização das aspirações a trajetórias profissionais de sucesso. Até um passado recente, os diplomados alcançavam posições mais vantajosas no mercado de trabalho, comparativamente aos que não detinham o diploma. No período em que era possível vivenciar, no plano das aspirações e das concretizações, o desiderato da ascensão social através da aposta na formação superior, encontrávamos poucos discursos que enfatizavam as "barreiras invisíveis" que se poderiam colocar em prol da posse dos capitais (económico, cultural e simbólico), da classe social, do género, ou da área de formação. Os discursos sobre a importância da qualificação de quadros pareciam apontar para a existência de "um lugar para todos" quantos se formassem no ensino superior. No entanto, as trajetórias profissionais ocorrem num contexto social e cultural específico, pautado por representações e normas sociais, que traduzem categorias de analise, sobre a importância que o trabalho deve ter na vida e sobre os papéis que homens e mulheres devem desempenhar na sociedade, inclusive entre diplomados e diplomadas do ensino superior.