Com a diluição de audiência da TV aberta, somada a uma tendência do público em consumir narrativas de humor (entretenimento), as emissoras começaram a trabalhar com maior intensidade os programas híbridos que misturam jornalismo, humor e ficção. Cada vez mais, atores e comediantes passaram a fazer parte do casting de produtos chamados de jornalísticos. O programa A Liga, da Rede Bandeirantes de Televisão (BAND), anuncia-se como uma grande reportagem, que buscaria o aprofundamento de assunto e se esforçaria pela multiplicidade de opiniões. Será que esse novo formato de programa respeita os desígnios do que se poderia entender como legítimo programa jornalístico? Ou, ao contrário, trata-se de um produto da indústria do entretenimento, que usa os referentes do jornalismo, para ampliar sua audiência? Nesse livro, o autor propõe-se a fazer uma Análise de Conteúdo do programa A Liga, à luz da teoria do jornalismo, com vistas a observar se efetivamente configura-se uma narrativa com base nos referentes do jornalismo investigativo e do jornalismo público, ou se trata-se de mais uma experiência dos hibridismos característicos das narrativas televisuais.