Realizar este trabalho não foi uma tarefa simples, pois a preocupação em chegar ao objetivo - entender a vida afetivo-sexual de meninas com histórico de relação familiar incestuosa - sem que revivessem as lembranças das ofensas sexuais as quais estão/estavam envolvidas, ao mesmo tempo, com o desejo de que balizassem este evento como indício nas relações atuais, seria mais complexo do que se poderia imaginar. Este não será o primeiro e nem o último estudo a ser realizado sobre a temática. Há muito a se pesquisar e aprofundar no entendimento desta, as suas causas e consequências na promoção da saúde física e mental dessas e de outras milhares de famílias incestuosas no mundo. O que hoje é silêncio, muitas vezes ainda ¿segredö, não precisa ser tido como um peso de um passado de lembranças dolorosas que remetem à culpa e angústia.