As histórias político-econômicas de Argentina e Brasil revelam semelhanças e diferenças que favorecem o entendimento sobre a evolução e a institucionalização do capitalismo na América Latina. Com base nessa premissa, este estudo centrou-se em um recorte temporal, entre 1956 e 1978, considerando o processo de industrialização e as relações sociais, econômicas e políticas que envolveram o Estado e as associações empresariais industriais na Argentina e no Brasil nesse período. A partir de uma análise interpretativa dos discursos encontrados nos documentos produzidos por estes agentes, ao longo de 12 casos constituídos pelos regimes e nações estudadas, buscou-se entender a relação causal entre o padrão de relação entre o Estado e as principais associações empresariais industriais e o upgrading industrial na Argentina e no Brasil. Por meio da Técnica QCA (Qualitative Comparative Analysis), procedeu-se à análise comparativa entre os casos e as nações, encontrando indicativos de que o upgrading industrial, nos casos estudados, demandou de organização do aparelho estatal e que a coordenação entre o Estado e a indústria organizada garantiu a diferença deste, entre as duas nações.