A invenção da tragédia é mérito dos gregos e um legado para a humanidade. Essa explosão de obras-primas que durou uma média de oitenta anos aconteceu concomitantemente ao desenvolvimento político de Atenas. Vinte e cinco séculos depois continuamos a pedir licença e a tomar emprestados, deles, seus grandes temas e personagens. Tanto naquele momento quanto agora, na contemporaneidade, esses textos representam ou pelo menos tentam representar reflexões sobre o homem. De lá para cá aconteceram, como não poderia deixar de ser, mudanças profundas de estrutura (as divisões da peça em atos, a importância maior ou menor do coro, o tipo de conflito e as questões relativas à ação e ao tempo decorrido, entre outras) e de forma (como o texto é construído no papel, como ele é pensado na encenação, a própria reescritura, as abordagens políticas, sociais ou psicológicas, entre outras) desse gênero.