Aqui investigamos a relação entre religião e movimentos sociais contemporâneos, recortando deste tema geral o "MST" e o "pentecostalismo". Constatamos que o lugar e o tempo no qual acontecem a inserção de cada pentecostal, faz com que eles desenvolvam elaborações religiosas diferenciadas acerca do Movimento, da terra e do que concebem como prática religiosa. Assim, uma rede simbólica emerge com significado que dá ordem às suas concepções de mundo. Procuramos comparar as representações dos pentecostais que já residiam nas terras reivindicadas com as daqueles que vieram depois, já como militantes do MST, ou simplesmente beneficiados pelo processo de democratização da terra. Criamos três 'tipos ideais' de pentecostais: os pré-ocupação, os pós-ocupação e os pró-ocupação. Consideramos, finalmente, que as representações são elaboradas num momento de crise, em que há um intercâmbio de saberes entre o que afirma o MST e o que sistematiza as doutrinas da igreja à qual os fieis estejam vinculados. A situação de contingência é fundamental para o surgimento de um processo de negociação entre as práticas doutrinárias pentecostais e as exigências do MST.