O sinal da cruz feito sobre o peito ao entrar no local de disputa sempre com o pé direito; dedos apontados para o céu enquanto uma reza ou oração é proferida antes da partida, em agradecimento por um gol ou ponto marcado, enfim, pela vitória, pela medalha pendurada no pescoço. A confiança de atletas, técnicos e torcedores em amuletos, tatuagens, roupas por baixo de uniformes, na barba/cabelo crescido/cortado, nas inúmeras rezas e orações, nos gestos e rituais realizados antes, durante ou no decorrer das partidas e provas disputadas. Ou como revelou a atleta entrevistada: ¿pra eu conseguir a vaga para as olimpíadas eu estava indo na igreja diretö. É possível encontrar com muita facilidade inúmeras relações e manifestações cotidianas de religiosidade no meio esportivo. Tais comportamentos, objetos, práticas e rituais percorrem a religiosidade dos atletas e buscam, de certa forma, preencher os vazios da incerteza da competição, do incontrolável, do desconhecido e da impotência. No cotidiano do esporte de alto nível, crenças pessoais e a religião professada estabelecem relações complexas.