Determinados momentos da história de nossa sociedade foram marcados por episódios de extrema crueldade. Impérios, reinos e governos que ignoravam absolutamente qualquer consideração pelo direito à vida se utilizaram das várias vertentes de um despotismo oficializado sempre ironicamente em nome do povo, para aderirem aos mais diferentes tipos de torturas e assassinatos contra qualquer indivíduo que ameaçasse a soberania de seus poderes. Fruto do trabalho de conclusão do curso de psicologia em 2006, o objetivo principal deste livro é a compreensão dos aspectos psicológicos inerentes à difícil sobrevivência de um indivíduo em meio a um ambiente caracterizado pelo uso rotineiro de práticas de tortura no período da ditadura militar brasileira. Sua divulgação possui aspirações de conscientização da população, alertando contra situações em que o autoritarismo ameace a subjetividade de cada indivíduo. Sua pretensão, portanto, durante todo o período de pesquisa, não foi simplesmente a observação nua e crua de uma perspectiva histórica e de suas consequências coletivas ou individuais, mas sim, a possibilidade de enxergar no passado, a imagem de um futuro que jamais deverá ser reproduzido.