O problema da gestão dos resíduos sólidos urbanos parece gradativamente se distanciar das agendas governamentais e emerge como um desafio comum a ser enfrentado pelas cidades na contemporaneidade. O anúncio pelo Governo brasileiro da instalação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) gerou expectativas e frustrações na região do Leste do Estado do Rio de Janeiro - Brasil com a promessa de prosperidade e desenvolvimento econômico às cidades em seu entorno. A presente obra se propõe a lançar um olhar sobre a democracia e o estado de exceção a partir da análise das políticas urbanas de resíduos sólidos das cidades-satélites ao COMPERJ. Sob a perspectiva de uma racionalidade situada, é possível propor caminhos intersubjetivamente construídos na direção da superação das insuficiências na gestão dos resíduos sólidos das cidades? No vácuo entre a política e mundo da vida; a validade e a suspensão da Lei bailam em um jogo de luzes e sombras no interior dos discursos utilitaristas e das razões de Estado onde a exceção torna-se a regra. A tensão entre o "falar" e o "calar" encontra seu apogeu na limitação das vozes dos concernidos; reduzindo-os a meros expectadores da História.
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