O dever geral dos programas de formação de professores tem sido sempre o mesmo - preparar os professores em serviço e em pré-serviço para o ensino - no entanto, a forma como o campo entende como os professores aprendem a fazer o seu trabalho tem vindo a mudar sensivelmente nas últimas décadas (Freeman&Johnson,1998). Do outro lado do paradigma positivista tradicional, que dita e modela comportamentos de ensino específicos para alcançar determinados resultados, está a perspetiva teórica sociocultural vygostskiana, que reconhece a aprendizagem como um processo único que molda e é moldado pelo contexto social em que o indivíduo está inserido. Esta perspetiva tem vindo a ganhar destaque no cenário da formação de professores de línguas segundas/estrangeiras e suscitou um apelo à investigação sobre a aprendizagem dos professores. Juntando-se às várias vozes que procuram responder a esse apelo, o objetivo final deste estudo foi mostrar o poder da perspetiva sociocultural na revelação da cognição dos professores de línguas. Como tal, este estudo investiga a forma como as concepções de ensino de dois professores experientes de inglês como língua estrangeira emergiram e evoluíram ao longo de uma experiência de ensino de um semestre em que a sua prática pedagógica é objeto de estudo.