A charge é uma das primeiras atrações buscadas pelo leitor de jornal. Ao apresentar a figurativização de uma cena do cotidiano de forma lúdica e muitas vezes non-sense, o enunciador pode se esconder no ninho do risível e, dessa maneira, pode garantir seu espaço para criticar as cenas do cotidiano. Objetiva-se, nesta obra, a abordagem do texto verbovisual, especificamente, as charges políticas, à luz da semiótica plástica, de modo a delimitar os contornos de uma semiótica da charge, que, além de tratar do texto verbovisual em si, reflita sobre sua circulação e relação com os tipos de texto que a cercam. A argumentação é compreendida aqui como ferramenta de persuasão. Por meio disso, passaremos a aprofundar o estilo do artista colaborador do jornal Folha de S. Paulo, Jean Galvão. Ao final, por meio da análise do córpus selecionado, será feito um levantamento das características do artista que podem defini-lo como chargista e possuidor de uma especificidade dentro desse gênero.