Este ensaio resume os quarenta anos de Abdoulaye Wade à frente do regime socialista do Senegal, que caiu vertiginosamente após as eleições presidenciais de fevereiro de 2000. Os senegaleses tinham grandes esperanças em Abdoulaye Wade, depois de 26 anos na oposição. Mas, após alguns anos no poder, essa esperança transformou-se em desilusão para a maioria dos senegaleses. Sobretudo, com a família presidencial a assumir a direção da República. Uma espécie de "Estado de família" em que alguns membros desempenham um papel preponderante. Para o conseguir, Abdoulaye Wade conseguiu primeiro destituir os seus antigos aliados, antes de fazer de Calígula e, por fim, de trabalhar o seu filho Karim Wade com a ajuda da máfia político-religiosa. E os senegaleses, cansados, numa situação de abandono avançado, fruto de uma década de bamboleio liberal num cenário de escândalos, estavam fartos desta situação.