Trata-se de uma reflexão sobre a importância de Sérgio Buarque de Holanda para a imaginação do Brasil. Numa primeira parte, Raízes do Brasil é analisado tendo em vista as leituras que o marcaram, assim como os debates em que o autor se envolveu, da juventude modernista à consagração como historiador e crítico literário. Numa segunda parte, discute-se a insuficiência do signo nacional e a poética do exílio e do deslocamento, de modo a ampliar, num paralelo com o discurso latino-americanista, a compreensão dos impasses da modernidade em sociedades de origem ibérica; ao colocar em suspenso tanto as soluções totalitárias quanto o liberalismo. Raízes do Brasil foi vincado pela ambivalência, produzindo incertezas e quase nunca apontando soluções. Na terceira e última parte, a matriz buarquiana é flagrada e analisada em discussões que, bastante posteriores a Raízes do Brasil, transformaram o cinema, a ficção e o ensaio em veículos de questões que já pulsavam na imaginação do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda.
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