Em Sincretismo, Igreja e intelectuais: o catolicismo popular e suas interações, Ricardo Luiz de Souza estuda o catolicismo popular a partir de três níveis de interação: com outras religiões, a partir de manifestações sincréticas, com a Igreja, a partir do confronto e do diálogo entre a rua e o templo, os fiéis e a instituição, e com as elites letradas, que alternaram historicamente em relação a ele atitudes de desprezo, estudo, fé e apologia. Mas, para pensar o catolicismo popular é preciso, antes, pensar a própria religiosidade popular, tanto em sua especificidade quanto em sua universalidade. Trata-se, afinal, de um conceito que, devido à sua amplitude, corre o risco de tudo abranger e, com isto, de nada explicar. O autor estuda o conceito, portanto, a partir de sua especificidade e a partir de suas interações, com outras religiões, com a Igreja e com os intelectuais. São relações, estas, de caráter contraditório, mas marcadas por uma permanente simbiose, e simbiose que constitui o objeto de estudo de Ricardo Luiz de Souza.