A presente etnografia analisa as relações sociais existentes entre os moradores de uma favela e os do bairro circunvizinho, na Zona Norte carioca, tomando como mote um Centro Comunitário. A partir das conexões entre os indivíduos é possível compreender de que maneira essas relações são postas em ação. No contexto da entidade, as redes são um elemento de organização social, pelas quais as interações cotidianas ganham sentido. O vínculo entre os indivíduos não se realiza apenas porque trabalham ou freqüentam a instituição, mas sim por amizade, parentesco, religiosidade. Nessas redes, trocas e reciprocidades são estabelecidas, bem como são acionadas, por exemplo, para obtenção de recursos ¿ como os projetos sociais. Os indivíduos ocupam distintos papéis sociais e, em função disto, há um controle de seus comportamentos, das informações e do fluxo das mesmas. Decorrem daí inúmeros conflitos, visto que essa rede não é ¿estreitä, mas há, constantemente, a inserção de novos sujeitos. Analisa as relações entre os jovens participantes de um dos projetos sociais, que supostamente encontrar-se-iam numa ¿situação de risco social¿, e os moradores do bairro no âmbito de um shopping center.