As peças de geometria complexa constituem parte substancial do universo das peças obtidas por fundição, cujo sucesso de produção é em grande parte determinado pela mesma geometria. Esta afeta não só as condições de solidificação, mas também o próprio arrefecimento. Por estes motivos a sua modelação assume primordial importância com vista a eliminar, ou pelo menos reduzir, a necessidade de introduzir correções na moldação por defeito de projeto, o que pode por em causa a viabilidade económica da produção. A modelação da solidificação em fundição encerra dois níveis de complexidade: primeiro, a complexidade inerente aos fenómenos físicos envolvidos, e, segundo, a complexidade de geometrias que os produtos fundidos geralmente apresentam. Para descrever a evolução dos parâmetros termodinâmicos envolvidos neste fenómeno, é necessário recorrer à equação diferencial da difusão, definindo as adequadas condições iniciais e de fronteira, e então desenvolver um procedimento numérico capaz de reproduzir fielmente a transferência de calor entre peça, moldação e meio ambiente.